quarta-feira, 14 de setembro de 2016

A morte precoce de um craque


A MORTE PRECOCE DE UM CRAQUE

O Brasil sempre foi um berço de craques, a todo tempo nasce um menino com talento indiscutível para o futebol em solo brasileiro. Alguns chegam a se profissionalizar, outros trilham caminhos diferentes do mundo da bola.
Mas nenhum dos dois casos foi o caso de Geraldo, apontado por muitos como a maior revelação do Flamengo nos anos 70. É isso mesmo, nos anos 70 quando Zico e a geração que viria a conquistar tudo na década de 80 apareceu no cenário do futebol.
Há exatos quarenta anos, no dia 26 de Agosto de 1976 o Brasil perdia uma de suas maiores jóias. Aos 22 anos, quando se internou para fazer uma cirurgia de retirada de amígdalas, algo comum na época, Geraldo sofreu um choque anafilático e veio a falecer deixando o futebol brasileiro estarrecido.
Detalhe para a insistência do menino em não realizar a cirurgia, Geraldo demorou mais de um ano para poder aceitar a realização do procedimento cirúrgico. Ele chegou a fugir do hospital em duas oportunidades.
Natural de Barão de Cocais. em Minas Gerais, Geraldo chegou ao Flamengo no início da década de 70 através de seu irmão, o zagueiro Washington, para se juntar a "geração de ouro" rubro-negra ainda nas categorias de base.
Habilidoso e dono de uma drible desconcertante, Geraldo não demorou para encantar a todos no clube. Era conhecido pelo seu excepcional controle de bola, visão de jogo e o futebol alegre, o meia jogava cantarolando e por isso o apelido de "assoviador".
Dono da camisa 8, Geraldo dividia as responsabilidades com Zico. Os dois tinham uma grande amizade ao ponto do pai do Galinho chamar de Geraldo filho, a dupla cresceu junta nas divisões de base do clube rubro-negro e formavam o meio-campo mais promissor da época. Em 1974, o Flamengo entrou no campeonato carioca recheado de jovens, por isso não era apontado como um dos favoritos ao título.
Mas graças ao futebol de Geraldo e companhia o time rubro-negro que era comandado pelo técnico Joubert foi campeão diante do Vasco sob os olhares de 165 mil pessoas no Maracanã.
As grandes exibições no Maracanã lhe renderam uma vaga na Seleção Brasileira. Em um time que tinha Zico, Júnior, Jayme entre outros, Geraldo foi o único jogador do Flamengo convocado para a Copa do América de 1975 e era considerado uma das maiores promessas para a Copa de 78, na Argentina.
O futebol estava no DNA do meia, de nove filhos de Dona Nilza (mãe de Geraldo) cinco se tornaram jogadores, mas Geraldo era o mais talentoso deles. A família seguiu servindo ao futebol e hoje é representada por Bruno Alves, zagueiro do Cagliari e da Seleção Portuguesa. Bruno é filho do ex-zagueiro Washington (irmão de Geraldo).
Depois da tragédia, Geraldo foi homenageado no Maracanã num amistoso entre Flamengo e a Seleção Brasileira, o duelo que ficou marcado pelo encontro de Zico e Pelé em lados opostos. Outros jogadores como Rivellino, Adílio, Paulo Cesar Caju, Carlos Alberto Torres entre outros grandes nomes disputaram a partida. Na ocasião, o Rubro-Negro venceu por 2 a 0 e toda a renda foi doada à família de Geraldo.
Alguns dizem que Geraldo poderia ter mostrado ao mundo tanto ou até mais do que Zico mostrou, mas infelizmente sobre isso ninguém nunca saberá, ele morreu antes que sua genialidade fosse mostrada ao mundo. Fica na memória os bons momentos proporcionados por aquele menino habilidoso, polêmico e irreverente que exibia o seu talento nas tardes de domingo no Maracanã.

Fonte: Yahoo Esportes

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